domingo, 2 de dezembro de 2012

Aos meus amigos:


De todos os momentos que juntos passamos, levarei sempre o melhor junto a mim. Levarei para sempre tudo o que com vocês eu aprendi e tudo o que descobri, o que me ensinaram e o que pude dar de melhor. Dizem que dos amigos verdadeiros não esquecemos, e que esses nunca deixarão de ser os melhores amigos, não importando a distância com que nos encontremos e o tempo com que ficaremos sem se falar. A vida de cada um segue, hoje os meus caminhos se distanciaram um pouco do caminho que ficava perto de vocês, perto de onde eu queria ficar, mas lembrem-se sempre que apesar dos anos vocês serão os meus melhores. Estarão para sempre na minha memória e no meu coração, e estarei a procura de vocês. Para todos, eu desejo o melhor, quero que alcancem o que sempre buscaram na vida, o que planejávamos e sonhávamos juntos, enquanto pensávamos no futuro que agora se aproxima mais de nós. De todas as viagens planejadas, os sonhos que muito buscamos, as ideias que concretizamos e tudo o que juntos passamos, tudo eu levarei comigo e tenho a certeza de estar com vocês em todos os lugares que cada um de nós passará.
Em seus momentos de tristeza, sentia a impotência dentro de mim quando o que mais queria era ver o sorriso em seus rostos, ver a beleza do brilho do olhar de cada um, querer os melhores momentos e tentar ajudar para afastar a dor. Então peço desculpas por todas as vezes quando nada pude fazer, apesar de tentar e tanto querer, e só poder esperar que no outro dia as coisas estivessem melhores e voltar a ver meus queridos amigos felizes novamente e se divertindo junto a mim, cantando, rindo e falando besteiras e tirando sarro de cada momento. E por todas as vezes que tivesse sido eu quem estava mal, e que vocês tanto tentaram me ajudar, e quando conseguiram, e quando apenas seguraram minha mão, me envolveram no mais caloroso abraço e junto comigo desejavam que tudo passasse logo, eu digo o mais sincero obrigado! Obrigada a todos vocês. Agradeço cada momento por ter conhecido cada um, cada jeito de ser, casa risada, cada olhar!
Também lembrarei de nossos piores momentos, aquele que por algum motivo banal acabamos se desentendendo e gerando brigas e dias sem se falar, pois com eles eu também muito aprendi. Lembrarei pois então nos momentos depois, em cada acerto, cada pedido de desculpas e a cada juramento de nunca mais brigar novamente. Com vocês, saibam o quanto aprendi a amar. O quanto aprendi a tolerância, a humildade, o amor próprio, e o carinho. Com vocês aprendi que apesar das discussões, continuaremos sempre unidos, pois possuímos um tipo de cordão umbilical, algo que não se separa mesmo quando chega o momento da despedida.
Nenhuma inúmeras palavras podem dizer o quanto eu queria lhes dizer. Levo vocês para sempre comigo! Sou grata por ter conhecido-os, e por terem feito com que eu me sinta melhor, mais humana, mais amiga. Amo muito vocês todos!


terça-feira, 18 de setembro de 2012

FIGURA


Todo o mal que ela fez foi somente viver a vida no seu mundo. Estranho, longe de ser normal, inocente e da melhor forma que pôde. O melhor jeito que encontrou. E, ainda assim, todos a puniam.

 Não por seu cabelo fora de moda, desidratado, nem por seu olhar psicótico e muito menos pelo seu desinteresse social. Todos a puniam unicamente por ser aquilo que nunca programara: estranha. Sim! O problema era justamente esse (e sempre foi), o que uma sociedade julgaria ser politicamente correto: normal, apenas no julgamento de um grupo de pessoas. 
O que é ser normal? Há somente uma resposta plausível: ser uma cópia mal feita de outras cópias mal feitas de cópias e mais cópias, o que são todas as pessoas: meramente cópias. Como máquinas de Xerox. Quem desvia da máquina, logo será taxado como anormal. Ou, o que deram de definição para ela: estranho!


O absurdo era que ela realmente se sentia estranha dentro de um mundo habitado por milhares de seres humanos mais estranhos que ela. Não podia contar uma única vez em que tivesse se sentido bem em meio à multidão. Era um grão de areia dispersado do agrupamento de outros grãos de areia. Era o pedaço do quebra-cabeça que não se encaixava, a peça que sobrava e não encontrava seu lugar no espaço.

 Mudara o cabelo, verde.
 E os olhos psicóticos cada vez mais distantes. Contemplava por cima do ombro de quem passava. Via tudo, mas não entendia nada. A visão, míope, nada queria enxergar. O lugar ideal era dentro de si e só. 

Assim, inconscientemente, ia voltando-se cada vez para dentro e mais fundo até as profundezas inabitáveis prontas para serem descobertas. E ali vivia num mundo diferente, longe de todo e qualquer mal que o mundo exterior pudesse lhe causar.


Para os outros, continuava sendo a estranha! Para ela mesma, tudo era estranho! Psicológicamente-problemáticamente fechada dentro de si, não podia fugir do que sempre lhe foi reservado: a esquisitice de ser esquisisticamente esquisita.